15 de agosto de 2009

Sobre ser estrangeiro




A menos que me perguntem algo e eu não despeje o peso do meu acento latino sobre o ouvido do questionador, serei apenas eu, um estrangeiro, mas de nenhuma nacionalidade. Serei sempre o que sou ou o que quer ser visto. Serei australiano e fui australiano quando orientei a moça como chegar à Bourke St; serei brasileiro como fui brasileiro quando conversei amenidades com a recepcionista da escola, que também é de lá; e serei peruano como fui peruano quando contei minha experiência em seu país, hablando em español, a um estudante dalí.

Ser estrangeiro não é uma questão geográfica, não é latitude nem longitude, não é cartesiano. Ser estrangeiro é andar na contra mão do senso comum, é simplesmente viver como uma folha que cai d’uma árvore e toma seu rumo – totalmente desconhecido.

2 comentários:

flor do xaxim disse...

... as nuvens vagueiam no espaço sem lar nem raiz...

Nina Salgado disse...

adorei zé. e já quero voltar. quero ser uma estranha de novo e ser quem eu quiser. aqui ta tdo igual e por mais que eu tente fazer diferente já não é a mesma coisa. saudade de você que me deu agora. só hoje descobri q você tinha um blog. bom saber. voltarei mais vezes. bjos